quinta-feira, 12 de junho de 2008

UM PEQUENO (GRANDE) DESABAFO

Preciso de escrever. Preciso de despejar tudo o que tenho acumulado. Vejo-me como um depósito que ao longo do dia se esforça por se manter vazio...no entanto...na hora de pôr um fim a mais um dia tudo vem ao de cima... Só a noite conhece as minhas lágrimas. Na escuridão e na solidão de mais um dia vivido, as memórias assaltam-me, a consciência da perda "daquela" felicidade, o constatar que tudo mudou. Está a custar demasiado, embora neste momento me esteja a esforçar por admitir outros trilhos ainda não explorados por mim. Creio que nunca derramei tantas lágrimas não por uma razão especifica, mas por tudo o que mudou sem que eu quisesse. Custa admitir que... Já não sei como me expressar. Apenas me resta escrever, escrever incessantemente. Escrever para esquecer, para evitar sobrecarregar com os meus problemas quem me rodeia. Não iriam entender. Só eu sinto esta dor, é inútil falar, na esperança de me sentir mais leve. Já tentei e com isso o único sentimento foi um peso por continuar a não me sentir compreendida. É um facto que, por muito que tenhamos pessoas que gostem de nós essas pessoas são muito mais receptivas quando estamos resplandecentes e sorridentes. Pois, neste momento é demasiado complexo para mim agir dessa forma. Sei que, para ultrapassar esta fase, preciso de criar outros princípios e outras ideias, muitas vezes provenientes das relações que detenho. Para tal, tenho de estar bem...e não estou embora tente demonstrar que sim. Poderia passar o resto da noite a escrever. Pelo menos aqui não teria a tentação de enviar o que escrevo e sinto para alguém ler... Magoa-me demasiado quando te vejo a reagir de uma forma tão natural, simplesmente como se os poucos meses que tivemos juntos não tivessem existido. Sei perfeitamente que te escondes por detrás de uma máscara, onde os teus sentimentos ficam enclausurados e disfarçados do resto do mundo. No entanto, custa na mesma. Custa porque sei que gostei mais de ti do que tu de mim. Falo no passado, sim. Faço-o porque no dia em que decidimos terminar soube que seria o ponto final definitivo. "Se não resultou porque continuaram a tentar" . Sei que tentei, longe de mim deixar de tentar e de arriscar! Todavia, sei, aliás, sinto que acabou mesmo. Posso ainda gostar muito de ti, demasiado até, mas sei que chegou a hora definitiva de virar a página. Porque sei que se sentisses o mesmo que eu com a mesma intensidade terias ultrapassado todas as tuas barreiras. Afirmo-o porque por ti ultrapassei o receio de fracassar, o que sentia era mais forte do que tudo. Agora choro não porque te quero, pois não é o caso, mas porque perdi aquilo que tive nas minhas mãos, aquilo pelo qual lutei, e choro essencialmente pela percepção de que o que sentia não bastou. Se te dizia vezes sem conta o quanto gostava de ti era porque simplesmente me sentia feliz com aquilo que tinha. Não tens noção de como fui feliz nos teus braços...de como por vezes nem acredito que te tive mesmo. É por tudo isto que carrego cada memória comigo, carrego-as dolorosamente, não por terem sido más mas por terem sido tão marcantes que a perda é mais penosa. Não me adianta dizer-te tudo isto... não passam de sentimentos meus... para quê continuar a tocar na ferida se a cura não é esta? Certamente que estas palavras só te iriam retrair mais ainda e não é disso que eu preciso. Acho que apenas precisava da parte que restou de tudo... a amizade. Precisava somente de um abraço teu... um abraço do amigo. Não entendo porque teimo em sentir a necessidade de te ter do meu lado ( como amigo). Precisava de um ombro de amigo e sem entender porquê é o teu que eu quero... talvez porque tenho receio de perder também esse pedaço que restou de ti. Não sei quando conseguirei terminar com estes lapsos de recordações e pensamentos Não sei quando é que as minhas lágrimas secarão. Não sei quando me voltarei a sentir feliz, verdadeiramente feliz. Só sei que precisava de sentir os teus braços envoltos em mim e que depois partisses da minha vida. Posso parecer contraditória mas sei que o afastamento físico e o tempo são uma das curas para esta minha doença de ti. No fundo, talvez só precisasse que me compreendesses... que me dissesses isso a olhar nos meus olhos...
@GUIRIGUITA@

1 comentário:

Flortarina disse...

Olá amiguita...
Acredita que o meu coração fala agora a mesma lingua que o teu...

E podes crer que tudo se supera... Tudo mesmo. É díficil, muiiiiito díficil, mas com força e determinação, a gente chega lá!

Beijo