
Havia algo na sua voz que a estremecia. A profundeza ondulante, a calma poderosa, abismos de veludo que a hipnotizavam. As suas palavras nada diziam, era a musica que a embalava, não ouvia, apenas se deixava enlevar pela voz. Quando entrou no seu olhar, o Infinito cessou diante dela, como se nada pudesse sobreviver à passagem do tempo incauto. Havia tanto tempo para ser derretido… A sua voz… Aquela voz que a embalava, aquele olhar… Como seria o seu toque? A sua pele?Acordou num sobressalto, deu um trago na bebida, olhou em volta, para as outras mesas, recompôs-se. Ele sorriu, calmo, sereno, distante. Calou-se, acendeu um cigarro, bebeu do copo o liquido dourado. O silêncio…Ela sorriu. Havia algo na noite que incendiava sentidos, talvez a Lua, talvez o murmúrio do silêncio, o pulsar constante do silêncio…Ele desceu a ela, tocou-lhe a mão, falou. Corpos inertes, pulsando nas ondas da sua voz, estremecendo mãos no sabor da sua musica, e ela cobrindo o chão com a sua imaginação…
@GUIRIGUITA@
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